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Arquitetos: Craft Narrative
- Área: 102 m²
- Ano: 2022
Descrição enviada pela equipe de projeto. Essa escola foi construída a poucos minutos de Dhorkin Tanda, uma aldeia indiana em Maharashtra habitada por trabalhadores que se dedicam ao corte de cana-de-açúcar. A comunidade possuía uma escola que acomodava um total de 30 alunos, e estava em ruínas. O que faltava à antiga estrutura, a nova trouxe à tona: ampla iluminação e ventilação alcançadas com a ajuda de tetos abobadados, uma instalação sanitária autônoma, uma cozinha para as refeições do meio-dia e um ambiente geral propício para o conhecimento e fomento da ideologia "brincar e aprender". A escola foi projetada para evocar e satisfazer as curiosidades das crianças e respondê-las da maneira mais natural possível: a brisa em seus rostos que flui por causa do efeito Venturi, as zonas verdes de amortecimento que diminuem o brilho do sol e a importância da flora e fauna nativas plantadas dentro e ao redor da escola.
O projeto oferece amplo espaço para uma das necessidades mais essenciais de uma escola - o playground, localizado em uma das extremidades do terreno. O lote de 305 m2 oferece uma sala de aula equipada com prateleiras para armazenamento de livros e brinquedos educativos, uma sala para os professores, projetada com unidades de armazenamento para exames e revistas acadêmicas e, por último, um salão multiuso que funciona como uma sala de aula adicional ou como um refeitório quando for necessário. Como adequação futura, um novo andar pode ser adicionado desmontando o teto abobadado temporariamente para construção. O mesmo pode ser montado como cobertura para o próximo nível e a viga central pode se desdobrar para estender a laje.
Mesmo com essas mudanças, a dinâmica será afetada positivamente. Todos os espaços atuais são cuidadosamente projetados nos 102 m2 de área construída que a premissa oferece. A orientação da sala de aula responde evidentemente ao padrão do vento e ao caminho do sol. Considerando as condições do solo, a fundação com estacas é implementada para fortalecer a subestrutura na qual as paredes de tijolos encontram seu solo. O processo de construção é finalizado com o telhado abobadado composto por chapas de metal que minimizam o custo estrutural e tornam a forma rígida mesmo com suportes mínimos.
Na medida em que se analisa mais profundamente a estrutura e o desenho das salas de aula, os volumes semicirculares servem como amortecedores de ruído para os distúrbios causados pelos veículos que passam na estrada. Um caminho livre para ventilação e iluminação é criado pelos tetos altos, que no lado externo são feitos de material não reflexivo para reduzir o ganho de calor. Cada parede é pintada com informações que a criança irá absorver mesmo estando sentada ociosamente; sendo um dos destaques uma representação da Ursa Maior no teto baixo da sala de aula, uma intervenção artesanal feita por meio da inserção de uma haste de acrílico na laje.
O piso epóxi amarelo brilhante acrescentou uma camada adicional de diversão e é pintado com equações matemáticas e jogos tradicionais para utilizar a área da melhor maneira possível. Além disso, o playground, assim como a sala de aula, é um produto do design apoiado psicologicamente, introduzindo sutilmente o conceito de anfiteatro para seus pequenos usuários. Os degraus sob a saliência funcionam como assentos para as atividades recreativas que requerem áreas de palco e audiência. A estrutura é desenvolvida em torno de tijolos locais com padrões tradicionais para preencher a lacuna entre tecnicidade e estética regional.